13 março, 2014

A saudade é testemunha



Quando Gonzaga cantou
Era um poema que eu estava a ler,
Mesclado o rústico com o erudito
Eu estava a tentar entender,
O por que você me deixou?

Não esqueço daquela quarta-feira de cinzas
Quando você partiu, partindo meu coração,
Você dizia que eu não te amava
E por tanto não teria cabimento
Vivermos um relacionamento.

Lendo tuas prosas hedonistas
Me encontrando em cada protagonista
Que tu descreves como se fossem indiretas.
Teus prosaicos versos de amor da mocidade
Acendem ainda mais a minha saudade.

Da janela do meu quarto
Fico debruçado sobre tintas e papeis,
Olhando para tuas fotografias
Que estão gravadas com os poemas
Que este poeta a ti escreveu.

(Marco Gomes)


Foto: Capa do livro 'Levementeleve'

04 março, 2014

Interletrada



U' a moça formosa de sorriso garboso,
De olhar sereno e malicioso,
Ela compõe na solidão, lindas crônicas de amo,
Amores barrocos e realistas e outros amores de carnaval.

Ela alimenta com versos, a sperança de corações partidos
Compondo suas prosas por entre ruas e praças,
Ela expressa com poesia, o sofrimento alheio,
Camuflando suas próprias desilusões e frustrações.

A minha poetisa, já não é mais tão minha, quando outrora.
Mas o cheiro terno do floratta ainda permanece em mim,
E ste sonetto de resposta, será o nosso elo eternamente.

A poetisa faz da prosa o seu grito de liberdade,
O refúgio de desabafo e suspiro,
Pois para ela: "antes só, do que mal apaixonada".


(Marco Gomes)