04 novembro, 2012

Perfeita


Cabelos cálidos em seus perfeitos cachos,
Auréola divina que inibi a melancolia
E provoca na deusa da beleza
Uma odisseia de nostalgia.

Olhos da coloração de mel,
Doces como a eterna castidade
Provocam tantas sensações
Que recendi sua luxúria pela eternidade.

Boca que balbucia por medo,
Boca virginal e cheirosa,
Boca de sonho e fetiche,
E de alegres lembranças deleitosas.

Seios brancos e miraculosos,
Perfumados como u’ a flor
Nuvem para o ócio do poeta
Tão singelos quanto o meu Amor.

Mãos de pálida inocência,
Lívidas, claras, cheirosas e delicadas,
Mãos com sutis dedos robustos
Que são mais que sagrados.

Pés santificados como os de Jesus,
Que deixam rastros de paixão
Purificando dolorosas feridas
Inclusive as do meu coração.

Corpo que lampeja como um strela,
Que fez meus lábios chorar,
Que fez minha vida renascer,
Que fez meu corpo sonhar.

Meu pequeno sol flamejante
Moça musa do Amor,
Que stas suras que screvo
Sejam declamadas em teu louvor.


(Marco Gomes)

Foto: Tavila Monte

03 novembro, 2012

Pulsão e representação



Dezenove anos inteiros já vividos
Expressão autêntica da pureza de u’ a donzela,
Na sua boca o brilho reluzente.
Yo miro en tu ojos uno sueño,
Sensível aos teus encantos
Expresso meus sentimentos nestes versos.

Desfaço cada palavra que screvo
Encontrando sempre um vocábulo mais fiel,
No intuito de poder representar meu desejo.
Yo busco todas las palabras bellas,
Seguro de que é quase impossível
Encontrar alguma para demonstrar a ti meu sentimento.


(Marco Gomes)

Foto: Denyse Sanches

Sonetto XVI



O AMOR é audacioso!
E quando em corações se hospeda,
Ele se torna impetuoso
E árduo como uma pedra.

Sou um poeta pobre
E não faço poesia nobre,
Mas, sou o profeta guardião.
Do Amor e da paixão.

O poeta é um desvairado,
Que vive a vida a trovar
A boca que ele nem pode beijar.

Mas o que posso fazer?
Se sta dádiva de trovar
Desperta quando em ti, stou a sonhar...


(Marco Gomes)

Foto: Lívia Queiroz